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Índia - LSoG - Romance sobre um mulher soldado brasileira em Goa.
A primeira edição do livro “A Senhora de Pangim” da autoria do escritor brasileiro Gustavo Barroso completa em 2012 80 anos da sua publicação. O livro ficcionaliza a vida da brasileira Maria Úrsula de Abreu e Lencastre, a mulher soldado, vulgo Balthazar do Couto Cardoso, que esteve como militar e morreu nas terras da antiga Índia Portuguesa nos inícios de século 18.
Em 2012 completam-se 80 anos da publicação da primeira edição do livro A Senhora de Pangim da autoria do escritor brasileiro Gustavo Barroso. O livro, publicado no Brasil em 1932, é um romance histórico onde é ficcionalizada a vida de Maria Úrsula de Abreu e Lencastre. Esta brasileira aventurou-se na vida real como mulher soldado, vulgo Balthazar do Couto Cardoso, nas terras da antiga Índia Portuguesa nos inícios de século 18. É em torno desta figura verídica que Gustavo Barroso foca a sua obra de ficção histórica.
Maria Úrsula de Abreu e Lencastre, uma descendente da Casa Real de Lancaster, da Inglaterra e conhecida como a mulher soldado, nasceu na capitania do Rio de Janeiro, em 1682. Aos 18 anos fugiu da terra natal, disfarçada de homem, e embarcou para Lisboa onde alistou-se em 1º de novembro de 1700 como soldado com o nome de Balthazar do Couto Cardoso. De Lisboa partiu para a Índia e nunca mais voltou ao Brasil.
Serviu na Índia Portuguesa durante cerca de doze anos onde destacou-se em numerosos combates e adquiriu grande reputação militar sem revelar o sexo. Segundo C. Boxer, em "A mulher na expansão ultramarina ibérica", salvou o seu capitão, Afonso Teixeira Arrais de Melo e Mendonça em perigo eminente de ser morto ou capturado pelo inimigo mas, ao fazê-lo, foi ferida com gravidade, o que levou à descoberta de seu sexo. Cerca de 1714, retirou definitivamente o disfarce e casou-se em Goa com o mesmo oficial militar Afonso Mendonça, capitão da fortaleza de S. João Baptista, em cuja companhia servira em Chaul (Índia).
Em 12 de Maio de 1714, ao fim de cerca de 12 anos de serviço militar, foi desmobilizada e por despacho real de 8 de Março de 1718 foi-lhe concedida a mercê do passo de Pangim, por um período de 6 anos, cargo que poderia renunciar nos seus filhos e na falta deles em quem quisesse.
Recebeu do rei D. João V uma renda regular que a beneficiou com uma pensão vitalícia. Morreu em Goa cercada de honras.